28 de Fevereiro de 2007. Faz hoje 103 anos que nasceu o clube que faz vibrar, pelos cinco continentes do mundo, milhões e milhões de adeptos. Como não podia deixar de ser, decidi associar-me a esta data, elaborando um pequeno resumo da gloriosa história do clube.
O Benfica é o maior clube português e um dos melhores do Mundo. Tem um palmarés riquíssimo com 2 Taças dos Campeões Europeus, conquistadas em 1961 e 1962, e 1 Taça Latina vencida em 1950, na altura o mais importante título que se disputava a nível de clubes. O Benfica foi ainda 31 vezes campeão nacional, 24 vezes vencedor da Taça de Portugal e por 4 vezes conquistou a Supertaça Cândido Oliveira. Neste momento, o Benfica tem as seguintes modalidades: Andebol, Atletismo, Basquetebol, Bilhar, Campismo, Capoeira, Ciclismo, Futebol, Futsal, Ginástica, Hóquei em Campo, Hóquei em Patins, Luta, Natação, Râguebi, Ténis, Ténis de Mesa, Tiro com Arco, Triatlo e Voleibol. O Benfica, que tem mais de 166 000 sócios, é também uma Instituição de Utilidade Pública reconhecida, tendo sido já galardoado com as seguintes Condecorações e Ordens Honoríficas: Grau de Comendador da Ordem Militar de Cristo, Oficial da Ordem de Benemerência, Cruz Vermelha de Benemerência, Medalha de Ouro de Mérito Turístico, Medalha de Mérito Desportivo, Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa, Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique e Colar de Honra do Mérito Desportivo. O Benfica é um clube acompanhado em todo o mundo, principalmente através das suas Casas e Filiais, espalhadas pelos cinco continentes.
O Benfica é um clube especial, que conseguiu tudo o que tem com muito esforço e dedicação. Tudo começou no ano de 1904, na Rua Direita em Belém. Existia uma farmácia que tinha o nome de "Farmácia Franco". Alguns andares acima dessa farmácia, viviam algumas famílias que gostavam bastante de futebol. Entre essas famílias, estavam os irmãos "Catataus" que decidiram formar um clube com sede na "Farmácia Franco". Os membros que formavam o clube – designado Clube Sport Lisboa, porque nessa altura todos os termos eram ingleses – eram por ordem alfabética: Abílio Meireles, António Rosa Rodrigues, Cândido Rosa Rodrigues, Carlos França, Eduardo Corga, Francisco Reis, Jorge Sousa, Jorge Afra, José Linhares, Manuel França, Raul Empis e Virgílio Cunha. Daniel Santos Brito era o secretário, Manuel Goularde o tesoureiro e José Rosa Rodrigues o presidente. As camisolas já eram vermelhas e o símbolo do clube era igual ao actual – retirando a roda e o "S.L." encontrava-se no lugar de "S.L.B". O primeiro jogo público foi realizado no dia 1 de Janeiro de 1905, em que o Sport Lisboa defrontou o Campo de Ourique, num terreno das Salésias. O Sport Lisboa venceu por 1-0. Mas o Sport Lisboa não se destacava só no futebol. O ciclismo era igualmente uma modalidade muito querida. Em 1907, sem campo próprio, o Grupo Sport Lisboa entrou em colapso, perdendo vários atletas para o Sporting. Parecia o fim de uma bonita aventura, mas... a solução estava ali perto, em Benfica, mais propriamente, na Quinta da Feiteira, onde existia um campo que pertencia ao Sport Clube de Benfica, fundado em 1906. Como o Clube Sport Lisboa tinha os jogadores e o Sport Clube de Benfica tinha o campo, fundiram-se os dois clubes, formando o SPORT LISBOA E BENFICA. Vermelho e branco seriam as cores, fruto de uma ideia do Major José da Cruz Viegas, depois de consultar um catálogo de uma fábrica inglesa.
Em 1910, o Sport Lisboa e Benfica venceu o seu primeiro título regional de futebol. Os artistas da altura eram Cosme Damião e Artur José Pereira. Entretanto, o Benfica impunha-se noutras modalidades, como o ciclismo e o atletismo. O primeiro atleta olímpico do Benfica, Francisco Lázaro, faleceu durante uma maratona em Estocolmo, na Suécia (1912). No ciclismo, brilhavam Alfredo Piedade e Luís Gato. Em 1913, o Benfica inaugurava o seu novo campo, o parque de Sete Campos, na Palhavã. No mesmo ano, saía o jornal do clube, o "Sport Lisboa". Já em 1916, com a Europa em guerra, o Benfica mudou-se para a Avenida Gomes Pereira, em Benfica. O clube tornava-se tão conhecido por todo o Mundo, que decidiu expandir-se, dando origem ao Hóquei e à Patinagem.
A disputa do Campeonato de Portugal começou em 1921/22. Em 12 edições do Campeonato de Portugal, o Benfica só vencera por 3 vezes, tendo ainda uma participação relativamente fraca, mas os anos do glorioso haveriam de chegar... Já em 1934/35, o Campeonato de Portugal dava origem à Primeira Liga, que só teve 4 edições, das quais o Benfica venceu 3. As figuras da altura eram Albino, Gaspar, Pinto, Vítor Silva e Valadas, sendo o húngaro Lipo Herczka o técnico. Troféu novo para as estantes do clube, seria a Taça de Portugal, arrebatada em 1940, num jogo em que o Benfica derrotou o Belenenses por 3-1. Entre os heróis da tarde, destaque-se Francisco Ferreira, Valadas e Espírito Santo – atleta que, além de vedeta futebolística, brilhou no atletismo, com títulos e recordes nacionais no salto em altura, comprimento e triplo.
O Benfica não se destacava somente no futebol, mas também no Ciclismo - com José Maria Nicolau em plano de evidência – Atletismo, Hóquei em Patins, Rugby, etc. A estes desportos, o Benfica juntou a Natação, o Hóquei em Campo e o Pólo Aquático. Os atletas que honraram o Benfica no Atletismo foram vários, mas destaque-se os nomes de Francisco Lázaro (antes referido - anos 10), Martins Vieira (anos 30), Matos Fernandes e Tomás Paquete (anos 40).
No dia 5 de Outubro de 1941, o Benfica inaugurava o "Campo Grande", um campo que entretanto tinha sido desprezado pelo Sporting e que o Benfica transformou no maior do país. A década de 40 não foi excepcional para o Benfica, conquistando apenas 3 títulos nacionais, mas vingando-se ao conquistar 6 Taças de Portugal. Porém, foi a 18 de Julho de 1950 que o Benfica conquistou o seu primeiro grande troféu a nível europeu: a Taça Latina. Os campeões latinos foram: Bastos (guarda-redes), Jacinto, Fernandes, Félix, Moreira, José da Costa, Rogério, Carona, Arsénio, Julinho e Rosário. Depois da Europa, o Benfica deu uma volta por África, onde disputou e venceu muitos jogos. Durante essa 'volta', foi recrutado José Águas, que daria várias alegrias ao clube.
Em 1954, o Benfica mudou-se do Campo Grande para o maior estádio português... o grandioso Estádio da Luz. Ao sonho de muitos anos, sucedia-se a realidade, com o apoio financeiro de milhares de associados e adeptos. O Estádio da Luz compensava a tenacidade e o idealismo do presidente Joaquim Bogalho. O conhecido terceiro anel, que elevou a lotação do estádio deveu-se ao presidente Maurício Vieira de Brito, que chegaria mais tarde.
A década de 60 foi marcada pela geração de ouro do Sport Lisboa e Benfica e à vinda do melhor jogador português de todos os tempos: Eusébio da Silva Ferreira. Nascido em Lourenço Marques, Eusébio brilhava no Sporting de Lourenço Marques, estando os olheiros do Sporting a observá-lo, juntamente com os do... Benfica. Eusébio aceitou ir para o Benfica, mas fugido e escondido na bagagem dos benfiquistas que vinham de Moçambique. Em Dezembro de 1960, Eusébio chegava a Lisboa pelas mãos do Benfica – antes fora levado para o Algarve. O Benfica pagou então 700 contos pela carta de Eusébio. Depois desta aventura, Eusébio estreou-se com a camisola do Benfica num jogo de reservas contra o Atlético, no dia 23 de Maio de 1961. O Benfica venceu 4-2, com 3 golos de Eusébio. Enquanto Eusébio não se afirmava na equipa principal, o Benfica vencia a Taça dos Campeões Europeus em Berna, no dia 31 de Maio de 1961, ao bater por 3-2 na final o Barcelona (golos de José Águas, Coluna e um auto-golo de Gensana para o Benfica), sendo o "mago" húngaro Bella Guttmann o treinador. Na época seguinte, o feito repetia-se, mas com um toque especial de Eusébio. Desta vez o jogo realizou-se em Amsterdão e o adversário era o Real Madrid, que o Benfica venceu por 5-3, com 2 golos de Eusébio.
O Benfica era bi-campeão europeu, mas perdia o treinador húngaro. Rezam as crónicas que na hora da saída, Guttmann disse que sem ele o Benfica nunca mais ganharia a Taça dos Campeões. Até hoje assim aconteceu, pese embora o clube tenha chegado à final por mais cinco vezes. As primeiras 3 finais perdidas foram: em Londres contra o AC Milan (1-2), em Milão frente ao Inter de Milão (0-1) e em Manchester frente ao United (1-4 após prolongamento). Eusébio ficava assim conhecido como o melhor jogador português de todos os tempos, tendo no currículo 1 Taça dos Campeões Europeus, 11 Campeonatos Nacionais, 5 Taças de Portugal, 76 internacionalizações A, 9 vezes integrante da "Selecção Ideal do Mundo", pela FIFA e UEFA e melhor jogador do Mundial de 66 em Inglaterra (à parte das botas de ouro e prata). 791 foi o número de golos obtido com a camisola do Benfica. Depois desta verdadeira carreira de ouro, Eusébio continuará sempre a ser lembrado à entrada do Estádio da Luz, onde está a sua estátua de bronze. Mas, para esta ser a melhor década de sempre do Benfica, outros nomes do futebol brilharam: Costa Pereira, Mário João, Neto, Germano, Ângelo, Cavém, Cruz, José Augusto, Santana, Mário Coluna, António Simões, Serra, Saraiva, Artur, Nené, Humberto Coelho, Toni... Os treinadores da década de 60 foram cinco: Bela Guttmann (húngaro), Fernando Riera (chileno), Lajos Czeiler (húngaro), Elek Schwartz (romeno) e Otto Glória (brasileiro). O Benfica alcançou um tri-campeonato de 62/63 a 64/65, perdeu o campeonato de 65/66 por 1 ponto, e fez um novo tri de 66/67 a 68/69.
"Qualquer treinador que vá para o Benfica, arrisca-se sempre a ser campeão!", esta foi uma frase célebre de Mário Wilson. Na década de 70, o Benfica conquistaria outro tri-campeonato, de 70/71 a 72/73, desta vez nas mãos do britânico Jimmy Hagan. As figuras da altura eram: Eusébio, Humberto Coelho, Jaime Graça, Nené, Toni, Diamantino, José Torres, António Simões, Vítor Martins, Vítor Baptista, Shéu Han, Jordão, José Henrique, Adolfo Messias e Artur Jorge (melhor marcador em 70/71 e 71/72). Foi em 1972/73, que Eusébio conquistou a sua última bola de prata, com 40 golos. Mais um tri-campeonato de 74/75 a 76/77 (12 campeonatos em 15 anos), nas mãos de Milorad Pavic (húngaro), Mário Wilson (português) e John Mortimore (inglês). O primeiro campeonato após a revolução de 25 de Abril, foi o último de Eusébio, jogando 9 encontros, apontando 2 golos (fazendo um total de 316 golos no campeonato). Outras estrelas apareceram, como Fernando Chalana, Pietra, Manuel Bento, Eurico Gomes, José Luís e Carlos Alhinho.
A década de 80 iria caracterizar-se pelo duelo sistemático entre o Benfica e o FC Porto, face à crise que o Sporting enfrentava. No primeiro ano da década, o húngaro Lajos Bazzoti dava o primeiro título. Nené foi o melhor marcador e João Alves, o luvas pretas, a estrela. Entretanto, o Benfica atingia pela primeira vez a final da Taça UEFA, vindo a ser – mais uma vez ingloriamente – derrotado pelos belgas do Anderlecht, no total dos dois jogos por 1-2, 0-1 em Bruxelas e 1-1 na Luz (golo de Shéu). Entretanto, começavam a chegar os primeiros estrangeiros ao clube, entre eles Jorge Gomes (brasileiro) Glenn Stromberg (sueco) e Zoran Filipovic (montenegrino) treinados pelo sueco Sven-Goran Eriksson. Nesta década, surgiram mais estrelas, como Rui Águas, Veloso, Vítor Paneira, Pacheco, Valdo e Magnusson. A 25 de Maio de 1988, o Benfica regressava às finais da Taça dos Campeões, em Estugarda, tendo sido derrotado pelo PSV Eindhoven no desempate por grandes penalidades. Dois anos mais tarde, em 1990, nova derrota, desta vez, em Viena, frente ao Milan por 1-0.
A década de 90 marcou o início da crise do Benfica. Apenas por 2 vezes o clube se sagrou campeão nacional, mais propriamente em 1990/91 e 1993/94 com os nomes de César Brito e João Pinto a destacarem-se respectivamente. Também na Taça a crise se sentiu, pois o clube também só venceu 2 nesta década, em 1992/93 ao Boavista por 5-2 (com Paulo Futre em destaque) e em 1995/96 na triste final do very-light, quando o Benfica derrotou o Sporting por 3-1, com 2 golos de João Pinto. Este foi mesmo o último título conquistado pelo Benfica até 2004. No entanto, com a entrada de Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira o clube voltou a reerguer-se. Depois de três anos gerido por Vale e Azevedo, e com os jornais a fazerem constantes manchetes de dívidas e goleadas sofridas, esta dupla fez regressar o Benfica aos títulos. Em 2004, sob o comando de José António Camacho, o Benfica venceu a Taça de Portugal ao derrotar o FC Porto por 2-1, golos de Fyssas e Simão. Um ano volvido, o Benfica venceu o campeonato, treinado já por Giovanni Trappatoni. Na época seguinte, com Ronald Koeman ao leme da nau benfiquista, o clube venceu a Supertaça Cândido de Oliveira, derrotando o V. Setúbal por 1-0, com golo de Nuno Gomes. Porém, a grande obra da dupla Manuel Vilarinho / Luís Filipe Vieira foi a construção do novo estádio do Benfica, inaugurado a 25 de Outubro de 2003. Mais recentemente, o Benfica inaugurou o seu centro de estágio, denominado Caixa Futebol Campus, onde todo o futebol benfiquista se encontra agora instalado.
Para terminar, resta acrescentar que o Benfica é o clube com mais sócios no mundo – cerca de 166 000 – o que constituiu mesmo record do Guiness. Segundo um estudo da Deloitte, o Benfica foi, em 2006, o 20º clube mais rico do mundo, um feito inédito em Portugal. Por tudo isto, PARABÉNS ao Sport Lisboa e Benfica e que os seus feitos e conquistas se mantenham por muitos anos.
O Benfica é o maior clube português e um dos melhores do Mundo. Tem um palmarés riquíssimo com 2 Taças dos Campeões Europeus, conquistadas em 1961 e 1962, e 1 Taça Latina vencida em 1950, na altura o mais importante título que se disputava a nível de clubes. O Benfica foi ainda 31 vezes campeão nacional, 24 vezes vencedor da Taça de Portugal e por 4 vezes conquistou a Supertaça Cândido Oliveira. Neste momento, o Benfica tem as seguintes modalidades: Andebol, Atletismo, Basquetebol, Bilhar, Campismo, Capoeira, Ciclismo, Futebol, Futsal, Ginástica, Hóquei em Campo, Hóquei em Patins, Luta, Natação, Râguebi, Ténis, Ténis de Mesa, Tiro com Arco, Triatlo e Voleibol. O Benfica, que tem mais de 166 000 sócios, é também uma Instituição de Utilidade Pública reconhecida, tendo sido já galardoado com as seguintes Condecorações e Ordens Honoríficas: Grau de Comendador da Ordem Militar de Cristo, Oficial da Ordem de Benemerência, Cruz Vermelha de Benemerência, Medalha de Ouro de Mérito Turístico, Medalha de Mérito Desportivo, Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa, Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique e Colar de Honra do Mérito Desportivo. O Benfica é um clube acompanhado em todo o mundo, principalmente através das suas Casas e Filiais, espalhadas pelos cinco continentes.
O Benfica é um clube especial, que conseguiu tudo o que tem com muito esforço e dedicação. Tudo começou no ano de 1904, na Rua Direita em Belém. Existia uma farmácia que tinha o nome de "Farmácia Franco". Alguns andares acima dessa farmácia, viviam algumas famílias que gostavam bastante de futebol. Entre essas famílias, estavam os irmãos "Catataus" que decidiram formar um clube com sede na "Farmácia Franco". Os membros que formavam o clube – designado Clube Sport Lisboa, porque nessa altura todos os termos eram ingleses – eram por ordem alfabética: Abílio Meireles, António Rosa Rodrigues, Cândido Rosa Rodrigues, Carlos França, Eduardo Corga, Francisco Reis, Jorge Sousa, Jorge Afra, José Linhares, Manuel França, Raul Empis e Virgílio Cunha. Daniel Santos Brito era o secretário, Manuel Goularde o tesoureiro e José Rosa Rodrigues o presidente. As camisolas já eram vermelhas e o símbolo do clube era igual ao actual – retirando a roda e o "S.L." encontrava-se no lugar de "S.L.B". O primeiro jogo público foi realizado no dia 1 de Janeiro de 1905, em que o Sport Lisboa defrontou o Campo de Ourique, num terreno das Salésias. O Sport Lisboa venceu por 1-0. Mas o Sport Lisboa não se destacava só no futebol. O ciclismo era igualmente uma modalidade muito querida. Em 1907, sem campo próprio, o Grupo Sport Lisboa entrou em colapso, perdendo vários atletas para o Sporting. Parecia o fim de uma bonita aventura, mas... a solução estava ali perto, em Benfica, mais propriamente, na Quinta da Feiteira, onde existia um campo que pertencia ao Sport Clube de Benfica, fundado em 1906. Como o Clube Sport Lisboa tinha os jogadores e o Sport Clube de Benfica tinha o campo, fundiram-se os dois clubes, formando o SPORT LISBOA E BENFICA. Vermelho e branco seriam as cores, fruto de uma ideia do Major José da Cruz Viegas, depois de consultar um catálogo de uma fábrica inglesa.
Em 1910, o Sport Lisboa e Benfica venceu o seu primeiro título regional de futebol. Os artistas da altura eram Cosme Damião e Artur José Pereira. Entretanto, o Benfica impunha-se noutras modalidades, como o ciclismo e o atletismo. O primeiro atleta olímpico do Benfica, Francisco Lázaro, faleceu durante uma maratona em Estocolmo, na Suécia (1912). No ciclismo, brilhavam Alfredo Piedade e Luís Gato. Em 1913, o Benfica inaugurava o seu novo campo, o parque de Sete Campos, na Palhavã. No mesmo ano, saía o jornal do clube, o "Sport Lisboa". Já em 1916, com a Europa em guerra, o Benfica mudou-se para a Avenida Gomes Pereira, em Benfica. O clube tornava-se tão conhecido por todo o Mundo, que decidiu expandir-se, dando origem ao Hóquei e à Patinagem.
A disputa do Campeonato de Portugal começou em 1921/22. Em 12 edições do Campeonato de Portugal, o Benfica só vencera por 3 vezes, tendo ainda uma participação relativamente fraca, mas os anos do glorioso haveriam de chegar... Já em 1934/35, o Campeonato de Portugal dava origem à Primeira Liga, que só teve 4 edições, das quais o Benfica venceu 3. As figuras da altura eram Albino, Gaspar, Pinto, Vítor Silva e Valadas, sendo o húngaro Lipo Herczka o técnico. Troféu novo para as estantes do clube, seria a Taça de Portugal, arrebatada em 1940, num jogo em que o Benfica derrotou o Belenenses por 3-1. Entre os heróis da tarde, destaque-se Francisco Ferreira, Valadas e Espírito Santo – atleta que, além de vedeta futebolística, brilhou no atletismo, com títulos e recordes nacionais no salto em altura, comprimento e triplo.
O Benfica não se destacava somente no futebol, mas também no Ciclismo - com José Maria Nicolau em plano de evidência – Atletismo, Hóquei em Patins, Rugby, etc. A estes desportos, o Benfica juntou a Natação, o Hóquei em Campo e o Pólo Aquático. Os atletas que honraram o Benfica no Atletismo foram vários, mas destaque-se os nomes de Francisco Lázaro (antes referido - anos 10), Martins Vieira (anos 30), Matos Fernandes e Tomás Paquete (anos 40).
No dia 5 de Outubro de 1941, o Benfica inaugurava o "Campo Grande", um campo que entretanto tinha sido desprezado pelo Sporting e que o Benfica transformou no maior do país. A década de 40 não foi excepcional para o Benfica, conquistando apenas 3 títulos nacionais, mas vingando-se ao conquistar 6 Taças de Portugal. Porém, foi a 18 de Julho de 1950 que o Benfica conquistou o seu primeiro grande troféu a nível europeu: a Taça Latina. Os campeões latinos foram: Bastos (guarda-redes), Jacinto, Fernandes, Félix, Moreira, José da Costa, Rogério, Carona, Arsénio, Julinho e Rosário. Depois da Europa, o Benfica deu uma volta por África, onde disputou e venceu muitos jogos. Durante essa 'volta', foi recrutado José Águas, que daria várias alegrias ao clube.
Em 1954, o Benfica mudou-se do Campo Grande para o maior estádio português... o grandioso Estádio da Luz. Ao sonho de muitos anos, sucedia-se a realidade, com o apoio financeiro de milhares de associados e adeptos. O Estádio da Luz compensava a tenacidade e o idealismo do presidente Joaquim Bogalho. O conhecido terceiro anel, que elevou a lotação do estádio deveu-se ao presidente Maurício Vieira de Brito, que chegaria mais tarde.
A década de 60 foi marcada pela geração de ouro do Sport Lisboa e Benfica e à vinda do melhor jogador português de todos os tempos: Eusébio da Silva Ferreira. Nascido em Lourenço Marques, Eusébio brilhava no Sporting de Lourenço Marques, estando os olheiros do Sporting a observá-lo, juntamente com os do... Benfica. Eusébio aceitou ir para o Benfica, mas fugido e escondido na bagagem dos benfiquistas que vinham de Moçambique. Em Dezembro de 1960, Eusébio chegava a Lisboa pelas mãos do Benfica – antes fora levado para o Algarve. O Benfica pagou então 700 contos pela carta de Eusébio. Depois desta aventura, Eusébio estreou-se com a camisola do Benfica num jogo de reservas contra o Atlético, no dia 23 de Maio de 1961. O Benfica venceu 4-2, com 3 golos de Eusébio. Enquanto Eusébio não se afirmava na equipa principal, o Benfica vencia a Taça dos Campeões Europeus em Berna, no dia 31 de Maio de 1961, ao bater por 3-2 na final o Barcelona (golos de José Águas, Coluna e um auto-golo de Gensana para o Benfica), sendo o "mago" húngaro Bella Guttmann o treinador. Na época seguinte, o feito repetia-se, mas com um toque especial de Eusébio. Desta vez o jogo realizou-se em Amsterdão e o adversário era o Real Madrid, que o Benfica venceu por 5-3, com 2 golos de Eusébio.
O Benfica era bi-campeão europeu, mas perdia o treinador húngaro. Rezam as crónicas que na hora da saída, Guttmann disse que sem ele o Benfica nunca mais ganharia a Taça dos Campeões. Até hoje assim aconteceu, pese embora o clube tenha chegado à final por mais cinco vezes. As primeiras 3 finais perdidas foram: em Londres contra o AC Milan (1-2), em Milão frente ao Inter de Milão (0-1) e em Manchester frente ao United (1-4 após prolongamento). Eusébio ficava assim conhecido como o melhor jogador português de todos os tempos, tendo no currículo 1 Taça dos Campeões Europeus, 11 Campeonatos Nacionais, 5 Taças de Portugal, 76 internacionalizações A, 9 vezes integrante da "Selecção Ideal do Mundo", pela FIFA e UEFA e melhor jogador do Mundial de 66 em Inglaterra (à parte das botas de ouro e prata). 791 foi o número de golos obtido com a camisola do Benfica. Depois desta verdadeira carreira de ouro, Eusébio continuará sempre a ser lembrado à entrada do Estádio da Luz, onde está a sua estátua de bronze. Mas, para esta ser a melhor década de sempre do Benfica, outros nomes do futebol brilharam: Costa Pereira, Mário João, Neto, Germano, Ângelo, Cavém, Cruz, José Augusto, Santana, Mário Coluna, António Simões, Serra, Saraiva, Artur, Nené, Humberto Coelho, Toni... Os treinadores da década de 60 foram cinco: Bela Guttmann (húngaro), Fernando Riera (chileno), Lajos Czeiler (húngaro), Elek Schwartz (romeno) e Otto Glória (brasileiro). O Benfica alcançou um tri-campeonato de 62/63 a 64/65, perdeu o campeonato de 65/66 por 1 ponto, e fez um novo tri de 66/67 a 68/69.
"Qualquer treinador que vá para o Benfica, arrisca-se sempre a ser campeão!", esta foi uma frase célebre de Mário Wilson. Na década de 70, o Benfica conquistaria outro tri-campeonato, de 70/71 a 72/73, desta vez nas mãos do britânico Jimmy Hagan. As figuras da altura eram: Eusébio, Humberto Coelho, Jaime Graça, Nené, Toni, Diamantino, José Torres, António Simões, Vítor Martins, Vítor Baptista, Shéu Han, Jordão, José Henrique, Adolfo Messias e Artur Jorge (melhor marcador em 70/71 e 71/72). Foi em 1972/73, que Eusébio conquistou a sua última bola de prata, com 40 golos. Mais um tri-campeonato de 74/75 a 76/77 (12 campeonatos em 15 anos), nas mãos de Milorad Pavic (húngaro), Mário Wilson (português) e John Mortimore (inglês). O primeiro campeonato após a revolução de 25 de Abril, foi o último de Eusébio, jogando 9 encontros, apontando 2 golos (fazendo um total de 316 golos no campeonato). Outras estrelas apareceram, como Fernando Chalana, Pietra, Manuel Bento, Eurico Gomes, José Luís e Carlos Alhinho.
A década de 80 iria caracterizar-se pelo duelo sistemático entre o Benfica e o FC Porto, face à crise que o Sporting enfrentava. No primeiro ano da década, o húngaro Lajos Bazzoti dava o primeiro título. Nené foi o melhor marcador e João Alves, o luvas pretas, a estrela. Entretanto, o Benfica atingia pela primeira vez a final da Taça UEFA, vindo a ser – mais uma vez ingloriamente – derrotado pelos belgas do Anderlecht, no total dos dois jogos por 1-2, 0-1 em Bruxelas e 1-1 na Luz (golo de Shéu). Entretanto, começavam a chegar os primeiros estrangeiros ao clube, entre eles Jorge Gomes (brasileiro) Glenn Stromberg (sueco) e Zoran Filipovic (montenegrino) treinados pelo sueco Sven-Goran Eriksson. Nesta década, surgiram mais estrelas, como Rui Águas, Veloso, Vítor Paneira, Pacheco, Valdo e Magnusson. A 25 de Maio de 1988, o Benfica regressava às finais da Taça dos Campeões, em Estugarda, tendo sido derrotado pelo PSV Eindhoven no desempate por grandes penalidades. Dois anos mais tarde, em 1990, nova derrota, desta vez, em Viena, frente ao Milan por 1-0.
A década de 90 marcou o início da crise do Benfica. Apenas por 2 vezes o clube se sagrou campeão nacional, mais propriamente em 1990/91 e 1993/94 com os nomes de César Brito e João Pinto a destacarem-se respectivamente. Também na Taça a crise se sentiu, pois o clube também só venceu 2 nesta década, em 1992/93 ao Boavista por 5-2 (com Paulo Futre em destaque) e em 1995/96 na triste final do very-light, quando o Benfica derrotou o Sporting por 3-1, com 2 golos de João Pinto. Este foi mesmo o último título conquistado pelo Benfica até 2004. No entanto, com a entrada de Manuel Vilarinho e Luís Filipe Vieira o clube voltou a reerguer-se. Depois de três anos gerido por Vale e Azevedo, e com os jornais a fazerem constantes manchetes de dívidas e goleadas sofridas, esta dupla fez regressar o Benfica aos títulos. Em 2004, sob o comando de José António Camacho, o Benfica venceu a Taça de Portugal ao derrotar o FC Porto por 2-1, golos de Fyssas e Simão. Um ano volvido, o Benfica venceu o campeonato, treinado já por Giovanni Trappatoni. Na época seguinte, com Ronald Koeman ao leme da nau benfiquista, o clube venceu a Supertaça Cândido de Oliveira, derrotando o V. Setúbal por 1-0, com golo de Nuno Gomes. Porém, a grande obra da dupla Manuel Vilarinho / Luís Filipe Vieira foi a construção do novo estádio do Benfica, inaugurado a 25 de Outubro de 2003. Mais recentemente, o Benfica inaugurou o seu centro de estágio, denominado Caixa Futebol Campus, onde todo o futebol benfiquista se encontra agora instalado.
Para terminar, resta acrescentar que o Benfica é o clube com mais sócios no mundo – cerca de 166 000 – o que constituiu mesmo record do Guiness. Segundo um estudo da Deloitte, o Benfica foi, em 2006, o 20º clube mais rico do mundo, um feito inédito em Portugal. Por tudo isto, PARABÉNS ao Sport Lisboa e Benfica e que os seus feitos e conquistas se mantenham por muitos anos.
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